terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

E hoje eu recebi um e-mail...

Bom mes amis...

Não sei dizer se é uma noticia boa ou ruim, então vamos a história:
Quinta feira dia 13/02 eu estava completamente chateado com essa demora do BIQ e eu estava querendo mesmo fazer alguma coisa, apesar de saber que eles não estão nem aí com nosso "acho ou não acho" sobre esse processo de imigração e então neste mesmo dia eu resolvi mandar um e-mail para o BIQ externando meu incômodo com esse processo de imigração, que demora muito e que somente os prioritários tem um tempo de espera mais "aceitável". O e-mail que mandei foi simplesmente esse:

Bonjour:
Pourquoi ce processus d'immigration est tellement de temps ?
Pourquoi nous n'avons jamais avoir une réponse pour vous quand nous envoyons un e-mail et nous devrons attendre pour vous de nous répondre ?
Pourquoi seule les priorités sont traités avec le respect et opportune nécessaire ?
J'ai déjà processus provincial de 1 an et toujours pas de réponse de votre part . 
C'est un manque de respect , comme si je suis à la recherche d'un nouveau pays pour vivre , le moins que vous puissiez faire pour moi était de répondre à mes e-mails depuis le 1er année, j'espère vous entendre et aucune prédiction pour cette réponse que j'ai eue . 
Nous avons été déçus parce que nous devons attendre le BIQ être prêt à nous envoyer un simple retour à nos e-mails . 
Quand une conférence sur l'immigration est faite au Brésil , tout est merveilleux , les délais sont OK , mais en réalité il n'en est rien .
Nous Brésiliens sont totalement frustrés par la façon dont le BIQ est le moteur de ces processus , parce que nous sommes contraints d'attendre plus de 1 an pour une seule déclaration de nos e-mails . Pourquoi parler d'un processus très coûteux , nous ne sommes pas traités avec le respect qu'ils méritent .
Je sais que ce n'est pas l'e-mail pour faire cette demande , mais tous les canaux du BIQ ne sont jamais répondu et j'espère que vous pouvez au moins nous donner vos commentaires , parce que la priorité de ce processus d'immigration sont traités avec respect , respect des délais , etc . 
Merci de votre compréhension et je regarde un rendement positif parce que l' email BIQ ne sont certainement pas inquiet de ce que nous pensons à la maniera brésilien que le Canada traite les futurs immigrants. Ainsi , nous pensons trop encherchant à immigrer vers d'autres pays , les pays qui au moins nous répondre .

Como eu sei que o BIQ nunca responde, nem liguei pro e-mail que eu mandei, apenas queria reclamar e pronto, só que pra minha surpresa, hoje, dia 18/02 eu recebi um e-mail de resposta com o seguinte conteúdo:

Bonjour Monsieur Tiago ANDRADE CHAVES,
 Nous donnons suite à votre courriel ici-bas. Tous les dossiers et courriels sont traités selon la date de réception, à savoir, les délais d’ouverture d’un dossier sont d’environ 60 jours ouvrables, pour le traitement des courriels, sont d’environ 40 jours ouvrables 
Votre dossier est présentement en attente de traitement, et n’est pas encore rendu à l’étape de l’entrevue. Vous recevrez un courriel de notre part dès que l’état d’avancement de votre demande sera rendu à une nouvelle étape, que ce soit la finalisation de votre examen préliminaire, une demande de documents complémentaires ou pour vous informer que nous vous convoquerons en entrevue. Nous ne pouvons vous donner de date approximative à propos de celle-ci. 
Pour connaître le délai actuel entre la réception d’une demande et l’entrevue de sélection, nous vous invitons à consulter l’adresse suivante. Il y est indiqué à quel mois nous en sommes rendu pour traiter les demandes d’immigration qui étaient complètes lors de leur dépôt, selon le pays où vous résidez : http://www.immigration-quebec.gouv.qc.ca/fr/immigrer-installer/travailleurs-permanents/demande-immigration-general/couts-projet/delais.html
 À noter que, le délai de traitement de votre Demande de Certificat de Sélection du Québec est tout-à-fait normal par rapport au reste des demandes que nous avons reçus. 
Nous vous remercions de votre intérêt pour le Québec et vous prions de recevoir l’assurance de nos meilleurs sentiments.
Detalhe importante: MANDEI NAQUELE FORMULÁRIO DO SITE MESMO E EU NAO ESTAVA COM SACO PRA FICAR PENSANDO EM FRANCÊS, ENTÃO JOGUEI NO TRADUTOR E MALA. O BIQ NÃO MERECE QUE EU ME ESFORCE MUITO POR ELE, ELE NÃO SE ESFORÇA NADA POR MIM...
Não sei se fico feliz com o e-mail ou não, porque simplesmente não deram a mínima para minhas reclamações, o que já era de se esperar, e informaram que está em attende de traitement.
Resumindo: meu dossiê, com certeza está na gaveta deles, eles não estão nem aí pras minhas reclamações e eu tenho que continuar esperando e esperando, já que no pensamento do BIQ, eu preciso muito mais deles do que eles de mim, pois quem quer ir pro Quebec sou eu, não o Quebec quer vir pra cá...

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O que acontece quando você vive no exterior

Um amigo meu me mandou esse texto, achei fodástico. Espero poder sentir tudo isso em breve...


O texto a seguir é uma tradução de “What happens when you live abroad“, da Chelsea Fagan. 
Uma característica muito comum de pessoas que vivem no exterior é encontrá-los amontoados em bares e restaurantes, falando não apenas sobre a sua terra natal, mas sobre a experiência de sair. E por incrível que pareça, esses grupos de expatriados não são necessariamente todos dos mesmos países de origem, muitas vezes, a mera experiência de mudança de local e cultura é suficiente para conectá-los e construir as bases de uma amizade. Eu conhecia uma quantidade razoável de expatriados – de diferentes períodos de estadia – nos Estados Unidos, e é reconfortante ver que aqui na Europa, os bares de “estrangeiros” são tão predominantes e preenchidos com a mesma vibração quente e nostálgica.
Mas uma coisa que, sem dúvida, existe entre todos nós, algo que permanece não-dito em todos os nossos encontros, é o medo. Há um medo palpável em viver em um novo país, e embora seja mais agudo nos primeiros meses, até mesmo anos, da sua estadia, nunca evapora completamente ao longo do tempo. Ele simplesmente muda. A ansiedade que já foi concentrada em como você vai fazer novos amigos, se ajustar e dominar as nuances da linguagem tornou-se a questão repetida “O que eu estou perdendo?”. Conforme você se estabelece em sua nova vida e novo país, conforme o tempo passa e se torna menos uma questão de há quanto tempo você está aqui e mais uma de há quanto tempo você se foi, você percebe que a vida em casa seguiu sem você. As pessoas cresceram, mudaram, se casaram, se tornaram pessoas completamente diferentes – e você também.
É difícil negar que o ato de viver em outro país, em outro idioma, muda você fundamentalmente. Diferentes partes da sua personalidade se destacam, e você assume qualidades, maneirismos e opiniões que definem as novas pessoas ao seu redor. E não há nada de errado nisso, muitas vezes é parte da razão pela qual você partiu, em primeiro lugar. Você queria evoluir, mudar alguma coisa, para colocar-se em uma desconfortável situação nova que iria forçá-lo a entrar numa nova fase de sua vida.
Então, muitos de nós, quando deixamos nossos países de origem, queremos escapar de nós mesmos. Construímos enormes redes de pessoas, bares e cafés, de argumentos e exes e os mesmos cinco lugares de novo e de novo, dos quais sentimos que não podemos nos libertar. Há muitas pontes que foram destruídas, ou amor que se tornou azedo e feio, ou restaurantes em que você comeu tudo no menu pelo menos dez vezes – a única maneira de escapar e tornar a sua ficha limpa é a ir a algum lugar onde ninguém saiba quem você foi, e nem vá perguntar. E, embora seja extremamente refrescante e estimulante sentir que você pode ser quem você quiser ser e vir sem a bagagem do seu passado, você percebe o quanto de “você ” foi mais baseado em localização geográfica do que qualquer outra coisa.
Andar pelas ruas sozinho e jantar em mesas para um – talvez com um livro, talvez não – em que você fica sozinho por horas, dias a fio com nada além de seus próprios pensamentos. Você começa a falar sozinho, perguntando coisas a si mesmo e respondendo-as, e fazendo as atividades do dia com uma lentidão e uma apreciação que você nunca antes sequer tentou. Até ir apenas ao supermercado – estando em um empolgante lugar novo, sozinho, em um novo idioma – é uma atividade emocionante. E ter que começar do zero e reconstruir tudo, ter que reaprender a viver e realizar atividades diárias como uma criança, fundamentalmente lhe altera. Sim, o país e seu povo terão o seu próprio efeito sobre quem você é e o que você pensa, mas poucas coisas são mais profundas do que simplesmente começar de novo com o básico e confiar em si mesmo para construir uma vida de novo. Eu ainda tenho que encontrar uma pessoa que eu não ache que se acalmou com a experiência. Há uma certa quantidade de conforto e confiança que você ganha consigo mesmo quando você vai para este lugar novo e começa tudo de novo, e uma noção de que – aconteça o que acontecer no resto da sua vida - você foi capaz de dar esse passo e pousar suavemente pelo menos uma vez.
Mas existem os medos. E sim, a vida continuou sem você. E quanto mais tempo você ficar em seu novo lar, mais profundas essas mudanças se tornarão. Feriados, aniversários, casamentos – cada evento que você perde de repente se torna uma marcação em uma resma de papel sem fim. Um dia, você simplesmente olha para trás e percebe que tanta coisa aconteceu na sua ausência, que tanta coisa mudou. Você acha cada vez mais difícil iniciar conversas com as pessoas que costumavam ser alguns dos seus melhores amigos, e piadas internas se tornam cada vez mais estranhas – você se tornou um estranho. Há aqueles que ficam tanto tempo fora que nunca podem voltar. Todos nós conhecemos o expatriado que está em seu novo lar há 30 anos e que parece ter quase substituído os anos perdidos longe de sua terra natal com total imersão apaixonada em seu novo país. Sim, tecnicamente eles são imigrantes. Tecnicamente a sua certidão de nascimento iria colocá-los em uma parte diferente do mundo. Mas é inegável que qualquer que seja vida que eles deixaram em casa, eles nunca poderiam juntar todos os pedaços. Essa pessoa antiga se foi, e você percebe que a cada dia você se aproxima um pouquinho mais de você mesmo se tornar essa pessoa – mesmo se você não quiser.
Então você olha para sua vida, e os dois países que a seguram, e percebe que agora você é duas pessoas distintas. Por mais que seus países representem e preencham diferentes partes de você e o que você gosta na vida, por mais que você tenha formado laços inquebráveis com pessoas que você ama em ambos os lugares, por mais que você se sinta verdadeiramente em casa em qualquer um, você está dividido em dois. Para o resto de sua vida, ou pelo menos você se sente assim, você vai passar seu tempo em um incômodo anseio pelo outro, e esperar até que você possa voltar por pelo menos algumas semanas e mergulhar de volta à pessoa que você era lá. Leva-se muito tempo para conquistar uma nova vida para si mesmo em algum lugar novo, e isso não pode morrer, simplesmente porque você se moveu ao longo de alguns fusos horários. As pessoas que lhe acolheram no país delas e tornaram-se sua nova família, eles não vão significar menos para você quando você está longe.
Quando você vive no exterior, você percebe que, não importa onde você esteja, você sempre será um expatriado. Sempre haverá uma parte de você que está longe de sua casa e jaz adormecida até que possa respirar e viver com todas as cores de volta ao país onde ela pertence. Viver em um lugar novo é algo belo e emocionante, e pode lhe mostrar que você pode ser quem você quiser – em seus próprios termos. Pode dar-lhe o dom da liberdade, de novos começos, de curiosidade e empolgação. Mas começar de novo, entrar naquele avião, não vem sem um preço. Você não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo e, a partir de agora, você sempre ficará acordado em certas noites e pensará em todas as coisas que você está perdendo em casa.

sábado, 1 de fevereiro de 2014